8 de setembro de 2012

As Fonsecas era logo ali ao lado

Em redor da Quinta da Calçada


Fotos do Largo das Fonsecas, Bairro das Fonsecas, 
Quinta das Fonsecas ou só Fonsecas, como também dizíamos.

O Largo das Fonsecas era aqui. Foto de 2009 feita com o google view. 

O Largo das Fonsecas era assim, mas não tenho qualquer memória do edifício grande, as minhas 
irmãs lembram-se bem dele, havia nele uma mercearia ou taberna. 1940. Eduardo Portugal. 

O Largo das Fonsecas em 1967. Subia-se aquelas escadas para ir para o Bairro da Quinta da Calçada, também havia um carreiro logo à direita das escadas, encostado à vedação de arame do Estádio Universitário (a pista de atletismo era logo ali). Havia também por ali, um grande buraco na rede que toda a gente aproveitava para atalhar caminho para o Hospital de Santa Maria. O Edifício que se vê na foto era a escola dos rapazes da Quinta da Calçada e em frente à escola havia o posto da policia (lugar a evitar), que mais tarde foi o espaço do convívio da terceira idade. 1967. João Goulart. 

O Largo das Fonsecas em 1967. A "rua" que se vê na foto chamava-se Azinhaga dos Barros, por causa da zona de barros que havia por ali e da fábrica de tijolo, que ficava à direita, e que se instalou ali, creio que por volta dos anos 20. Nessa fábrica, trabalhou imensas pessoas (sobretudo mulheres) dos dois bairros; Fonsecas e Quinta da Calçada. À esquerda ficava a taberna do Constantino (creio que se chamava assim) e logo a seguir havia uma entra para um pátio e para o Record União Clube. 1967. João Goulart. 

O Largo das Fonsecas em 1967. João Goulart. 

O Largo das Fonsecas, visto da Azinhaga dos Barros. 1961. Artur Goulart. 

O Largo das Fonsecas. 1961. Artur Goulart. 


Circo no Largo das Fonsecas

Estas duas fotos que estão a seguir, não são do Largo das Fonsecas, mas estão aqui por causa dos Circos. Uma das memórias mais antigas que tenho é de ir ao Circo no Largo das Fonsecas. A certa altura fizeram desaparecer o entulho que se vê nalgumas fotos e era aí que se instalava o Circo. Recordo que o Circo era muito pobre (talvez ainda mais pobre do que esses que estão na foto), tinha muitos remendos na lona e até buracos (se calhar foi por aqui que vi o Circo) e recordo que o "grande" número do Circo era um burro que dava coices aos palhaços. Mas a festa era quando chegavam e montavam a tenda e depois quando se iam embora. Estes Circos eram ambulantes andavam de terra em terra tal como os de hoje e segundo sei havia bastantes naquela época. 

Circo Irmãos Gonsalves num terreno junto da avenida de Roma. 1966. Augusto de Jesus Fernandes. 

Circo Torralvo situado entre a avenida Rio de Janeiro e o mercado de Alvalade. 1961. Artur Goulart. 

O Largo das Fonsecas em 1961, com entulho do prédio que havia aqui. Artur Goulart. 

O Largo das Fonsecas em 1968. João Goulart. 

O Largo das Fonsecas em 1967. João Goulart. 

O Largo das Fonsecas, taberna do Constantino? em 1967. João Goulart. 

Mural alusivo ao 25 de Abril no Largo das Fonsecas, certamente 
pintado pelas crianças da Quinta das Fonsecas. 1978. Águas Neves. 

Bairro da Quinta das Fonsecas - Comissão de moradores, pavilhão de apoio local. 1977. Estas fotos 
do pavilhão da Quinta das Fonsecas podem muito bem ser de Carlos Gil, que andou por ali nessa época. 


Teatro nas Fonsecas

Noticia encontrada no jornal página um de 17 Janeiro de 1977, onde se fala do grupo de teatro da Quinta das Fonsecas, que existiu entre 1976/77 (?) e que se chamava "O Arauto das Fonsecas". É pena mas não tenho qualquer memória disto. Todas estas coisas que se fizeram na Quinta das Fonsecas e na Quinta da Calçada, tinham a ver com os tempos que se viviam, todos queríamos fazer algo, participar de alguma maneira e isso foi das coisas mais lindas que aconteceram logo após o 25 de Abril. Uns faziam actividades culturais, outros participavam nas formações das comissões de moradores e mais tarde das cooperativas, outros trabalhavam com as crianças e foi graças ao trabalho dessas pessoas todas que deixámos de morar em barracas e construimos um novo bairro. No fundo fizemos o mesmo que milhares de pessoas fizeram por esse país fora, lutámos por um futuro melhor. Embora passemos tempos difíceis, convém não esquecermos que difíceis mesmo eram os tempos da nossa infância e adolescência, em que não tínhamos dinheiro nem para mandar cantar um cego, como era costume dizer. 

Bairro da Quinta das Fonsecas. Interior do pavilhão de apoio local. 1976/77. Carlos Gil. 

Bairro da Quinta das Fonsecas. Comissão de moradores, pavilhão de apoio local. 1977. Estas fotos 
do pavilhão da Quinta das Fonsecas podem muito bem ser de Carlos Gil, que andou por ali nessa época. 

O Chafariz do Bairro da Quinta das Fonsecas. Ao fundo o Hotel Penta. 1976/77. Carlos Gil. 

 Bairro da Quinta das Fonsecas. Comissão de moradores, pavilhão de apoio local. 1977. Estas fotos 
do pavilhão da Quinta das Fonsecas podem muito bem ser de Carlos Gil, que andou por ali nessa época. 

 Bairro da Quinta das Fonsecas. Comissão de moradores, pavilhão de apoio local. 1977. Estas fotos 
do pavilhão da Quinta das Fonsecas podem muito bem ser de Carlos Gil, que andou por ali nessa época. 

Bairro da Quinta das Fonsecas. Comissão de moradores, pavilhão de apoio local. 1977. Estas fotos do pavilhão da Quinta das Fonsecas podem muito bem ser de Carlos Gil, que andou por ali nessa época. Nesta foto vê-se à esquerda o grande Machado ou melhor António Albino Machado. 



(Fotos do Arquivo Fotográfico da CML)


6 comentários:

  1. Trabalho extraordinário de fotografia a preto e branco que registou e vem agora relembrar, um dos períodos mais belos a seguir á revolução do 25 de Abril de 1974. Este trabalho presta também homenagem a um bairro de trabalhadores e gente pobre, em grande parte oriundos das províncias do interior do País,e que de maneira sublime souberam ser dignos da Revolução de Abril. Gostei muito e fico grato a quem publicou este trabalho. O meu muito obrigado...

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  2. Também eu estou agradecida a quem publicou estas fotos, que relembram a minha infância. Mas faço uma correção o edifício grande que diz não se lembrar era a mercearia e taberna do Constantino, e aquele que diz do Constantino era do Zé Barbeiro e a seguir era o pátio do mesmo nome onde existia o Record.

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    1. Na comosscode moradores servia tb como escola noturna para os nossos pais e eu tinha explicações, era cafe era bailaricos.
      As festas do bairro realizavam se na frente.
      Na azinhaga havia tb uma fábrica de codernizes onde trabalham as minhas irmãs e nessa havia 2 cafés Record e a taberna

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    2. No chafariz faziamfa filas bem cedo para podermos regar as hortas.
      Esse desenho ..... Alusivo ao 25 abril trasme recordações, quase que dizia que tem a minha mão ❤

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  3. Família Teixeira❤
    Aqui vivemos minha mãe,tias,avo

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  4. Gostaria de expressar o meu reconhecimento pelo interessante repositório de informação deste blog e perguntar se porventura possui fotos onde seja visível a zona da Palma de Baixo. Na CML-departamento de património cultural estamos a realizar um levantamento de memórias junto da comunidade aí residente e que envolve a recolha de fotos para integrar o nosso arquivo. Aproveito para o convidar a visitar o Rossio de Palma e ver o que está a ser feito com/para a comunidade
    Entretanto poderá ver em:
    http://www.cm-lisboa.pt/noticias/detalhe/article/rossio-de-palma-uma-praca-com-alma

    Contacto
    Sofia.tempero@cm-lisboa.pt

    Cumprimentos

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